.:[Double Click To][Close]:.

Tuesday, February 19, 2008

Futebol em vez de matemática


Todos já ouvimos pais conscientes da realidade social e preocupados com
o futuro dos filhos, recomendarem-lhes, quando estes se entusiasmam com a pratica do futebol e ambicionam ser estrelas internacionais, que devem dar prioridade aos estudos para serem adultos melhor preparados para os desafios da vida, mesmo para os que possam passar pelo desporto de alto rendimento. Pois bem, agora tudo muda com as novas abordagens da educação em Portugal. Estou mesmo a considerar tirar o meu filho do colégio que frequenta e coloca-lo numa escola de futebol onde aprende a arte do drible, do pontapé bem colocado e onde o uso da cabeça visa melhorar a qualidade do cabeceando para a baliza. E que o Instituto de Emprego e Formação Profissional, por meio do Centro da Guarda, anunciou um curso de jogador de Futebol com equivalência ao 9º ano! De acordo com a descrição, cabe a este profissional efectuar a preparação necessária sob orientação da estrutura de apoio com vista a potenciação do seu rendimento; participar em jogos de Futebol seguindo as orientações técnicas e tácticas da estrutura de apoio e respeitando as leis do jogo, os regulamentos da disciplina e a ética desportiva; analisar e registar informações de carácter técnico e táctico relativas a actividade Futebolística; utilizar a imagem publica na construção da carreira e do sucesso pessoal na divulgação da equipa e do clube que representa. E pensar eu que no meu tempo de aluno do Liceu Pedro Nunes em Lisboa, para poder fazer o antigo 5º ano (actual 9º da escolaridade), andei a matar a cabeça com as equações da Matemática, a decorar Hist6ria, Geografia, Ciências, a aprender Português. Inglês e Francês, etc., quando agora bastaria inscrever-me num centro de formação deste Portugal integrado na Europa, ali fazendo, de urn modo devidamente enquadrado na promoção da sucesso escolar nacional, o que com os meus colegas costumava fazer as quartas-feiras de tarde nas actividades circum-escolares. Que desperdício! ... E imagino que se tivesse logrado ser jogador com títulos internacionais, mesmo cuspindo para a relva, agredindo adversários e insultando árbitros, teria garantido urn doutoramento numa dessas universidades publicas onde os cortes orçamentais levam a que o dinheiro não chegue para pagar ao pessoal. Compreendo agora porque se gastaram milhões em estádios e se diminuiu a percentagem investida na Educação.