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Wednesday, December 29, 2010

Dos padecimentos dos Lakers

Já o ouvimos antes: os Lakers não estão a jogar bem e dificilmente vão conseguir ganhar o título. Uma ou duas vezes por ano lá surge esta história. Foi assim em 2008, depois da equipa de Los Angeles ter perdido a final para os Celtics. Em vários momentos da temporada regular ninguém parecia acreditar que voltassem às Finais e ganhassem. Foi assim em 2009. Apesar de não terem concorrência no Oeste, não conseguiriam vencer as Finais se não jogassem como os campeões que eram.

E este ano, depois das exibições mais recentes, eis que voltam as manchetes: os Lakers não se esforçam, não jogam bem, os seus principais jogadores estão a jogar mal, Gasol é mole e Kobe está a ficar velho.

Ser de Los Angeles e bi-campeão tem destas coisas. Primeiro porque estar na cidade dos anjos coloca uma equipa sobre um escrutínio muito maior que nas outras cidades. Os meios de comunicação social de Los Angeles, à excepção dos de Nova Iorque, são os mais duros e exigentes. É o preço de viver na cidade das estrelas. Cada movimento, atitude ou jogo é dissecado até à exaustão.

Depois porque as pessoas têm sempre uma vontade mórbida de ver os melhores a falhar. Quando se está no topo nunca falta quem queira derrubar e nada vende mais que a desgraça da melhor equipa. Quando tudo corre bem, não há história, agora quando algo corre mal, a tinta começa a correr.

Queremos com isto dizer que tudo está bem no reino dos Lakers? Claro que não, são inegáveis as deficiências que têm mostrado nos últimos jogos. Com a lesão de Andrew Bynum, Pau Gasol tem jogado muitos minutos, numa posição que não é a sua e que lhe exige muito mais fisicamente. Como resultado disso, tem-se mostrado mais fatigado e o seu rendimento baixou. De médias de 25 pontos e mais de 12 ressaltos no mês de Novembro, baixou para 17 pontos e 9.5 ressaltos em Dezembro. A percentagem de lançamentos veio por aí abaixo também, de 54% para 47%.

Kobe não está muito acertado também e, ao ver os seus companheiros a baixar o rendimento, está a forçar, a voltar aos seus terrenos familiares do cinco contra um e a não passar a bola. No último jogo, frente aos Spurs, teve um espaço de tempo entre o 3º e o 4º período em que falhou 13 lançamentos seguidos.

Para além disso, depois do início escaldante de jogadores como Shannon Brown, Matt Barnes e Steve Blake, e o contributo destes suplentes foi uma das chaves do sucesso inicial da equipa, o banco não tem rendido o mesmo que no começo da época.

Andrew Bynum, ausente nos dois primeiros meses, já voltou à equipa entretanto, mas ainda está longe da melhor forma e vai-se reintegrando lentamente.

Sim, os Lakers não andam muito bem ultimamente. Mas é razão para soarem os alarmes? Ainda não.

Primeiro porque com Andrew Bynum de volta (assim que ele melhorar a forma), Gasol vai voltar à sua posição original de power forward, vai descansar mais minutos e os seus números vão voltar a subir. E o frontcourt dos Lakers (e a sua defesa) vai ficar mais forte novamente.

E também porque a aparente falta de empenho e motivação vai desaparecer quando os Playoffs começarem. Porque esta é uma equipa veterana, experiente, que tem parecido, a espaços, aborrecida com a temporada regular. Não tiveram oposição no Oeste nos últimos dois anos e parecem desejosos de passar os 82 jogos e começar a jogar os que realmente contam para eles. Estão a fazer a temporada regular em velocidade de cruzeiro, mas quando chegarem os Playoffs vão estar no seu melhor. Lembram-se dos Celtics do ano passado?