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Friday, February 25, 2011

Jogadores que mudaram de ares, parte 2


E vamos a mais análises às trocas. Continuando a seguir a ordem pela qual os negócios foram anunciados, aqui ficam mais quatro:

Kirk Hinrich para Atlanta

Atlanta, à procura de reforçar o backcourt, envia Mike Bibby, Maurice Evans, Jordan Crawford e uma primeira ronda em 2011 e recebe Kirk Hinrich e Hilton Armstrong dos Wizards.

Atlanta procurava renovar a posição de base, pois Bibby está já longe do jogador que liderou os Kings até à Final de Conferência em 2002. Hinrich é um up-grade nos dois lados do campo. Muito melhor defensivamente, bom atirador e seguro no controle de bola, cometendo poucos turnovers (apenas 1.8/jogo esta época e 2.1 na carreira). Pode fazer as duas posições do backcourt, mas não é um point puro. Mas como Joe Jonhson e Jamal Crawford também fazem muito do controle de bola e têm a bola nas mãos muitas vezes, precisam mais dum atirador do que um penetrador. E na defesa melhora muito o backcourt dos Hawks.
Hilton Armstrong é mais um corpo para o jogo interior, mas não acrescenta nada mais. Aqui, os Hawks continuam a precisar de mais profundidade.

Para os Wizards, é mais um negócio para continuar a reconstrução. Com Jordan Crawford ganham mais um rookie com potencial, com Mike Bibby ficam com um bom suplente e mentor para John Wall (um papel que Hinrich fazia) e com Maurice Evans e a 1ª ronda em 2011, são mais duas peças para usar no futuro.

Mo Williams para Los Angeles

Os Clippers, à procura de rejuvenescer a posição de base (e livrarem-se dum enorme contrato) enviam Baron Davis e uma 1ª ronda em 2011 para receber, dos Cavaliers, Mo Williams e Jamario Moon.

Mo Williams pode não ser tão bom passador como Davis, mas é um melhor jogador no geral. Mais novo, mais barato e melhor atirador (mais uma opção quando fizerem dois contra um a Griffin). Tiveram de dar a sua 1ª ronda do próximo draft, mas já têm muitos jovens com potencial e precisavam duma presença mais veterana no plantel (e provavelmente não conseguiam um jogador tão bom como Williams com essa escolha). E com Jamario Moon conseguem mais um jogador para ajudar na posição mais fraca da equipa, a de small forward (e com o espaço salarial que conseguiram, vão tentar reforçá-la com algum free agent na offseason).

Em Cleveland, a palavra de ordem é reconstrução e o que procuram são escolhas no draft e jogadores para poderem usar em trocas futuras. O milionário contrato de Davis vai ser difícil de conseguir trocar, mas podem sempre fazer um buy-out e ficar com o espaço salarial e as escolhas no draft para contruir (e a 1ª ronda dos Clippers será na lotaria, pois os Clippers não vão aos playoffs).

Kendrick Perkins e Nate Robinson para Oklahoma City
Nazr Mohammed para Oklahoma City

Os Thunder apostam forte no presente e trocam Jeff Green, Nenad Krstic e uma 1ª ronda num draft futuro por Kendrick Perkins e Nate Robinson, dos Celtics.
As movimentações não ficaram por aí e, noutro negócio separado com os Bobcats, trocaram DJ White e Morris Peterson por Nazr Mohammed.

Para os Thunder não são, de todo, maus negócios e podem mesmo ser um dos vencedores do dia. Reforçam o frontcourt e a defesa interior, uma área vital para ganhar aos grandes frontcourts dos Lakers, Mavs e Spurs. Com Krstic e Green não conseguiriam fazer frente a estas equipas. Agora ficam com um frontcourt mais forte e mais duro e, na defesa e nos ressaltos, Perkins e Ibaka vão ser um osso duro de roer (e mais Collison e Mohammed a sair do banco).
Perderam, no entanto, soluções no ataque, pois Green e Krstic era muito melhores ofensivamente. Recebem alguma ajuda com Nate Robinson, que é mais uma opção ofensiva para um backcourt já talentoso. Mas a responsabilidade de Durant e Westbrook nessa área vai aumentar.
Na prática, em troca de melhor defesa tiveram de abdicar de algum ataque. Vamos ver se é suficiente.

Para os Celtics, parece um negócio mais arriscado. Desfazem o cinco inicial que nunca foi derrotado numa série dos playoffs (em 2009, Garnett estava limitado pela lesão no joelho e perderam a final do ano passado com Perkins lesionado) e perdem o seu melhor defensor interior. Os O'Neals (Jermaine e Shaquille) e Krstic garantem um bom frontcourt, mas nenhum deles é tão bom defensor como Perkins (e os Celtics sempre ancoraram o seu jogo na defesa). Com Jeff Green ganham mais flexibilidade, pois este dá-lhes várias opções: pode dar descanso tanto a Pierce como a Garnett, jogando a 3, com Garnett a 4 e O'Neal a 5 (num cinco maior) ou pode jogar a 4 com Garnett a 5 (num cinco mais baixo e móvel). Para além disso, é um jogador trazido já a pensar na sucessão dos ditos Pierce e Garnett. Para além disso, na verdade, têm dominado nesta temporada mesmo sem Perkins. Como tal, pode valer a pena o risco de mexer numa equipa vencedora.
É um percurso inverso ao dos Thunder: trocam defesa por mais versatilidade no ataque. Vamos ver se não estragam o que tinham.

Quanto aos Bobcats, parecem ter desistido deste grupo que tinham e decidido começar a reconstruir. Ao ver que não iriam mais longe que um possível apuramento para os playoffs (e ficarem pela 1ª ronda se o conseguissem) e sem grandes perspectivas de futuro com este plantel, Michael Jordan deve ter decidido começar de novo.
Saiu Nazr Mohammed (e Gerald Wallace, num negócio com os Blazers, já lá vamos) e dos que entram, Morris Peterson não deve fazer parte dos planos da equipa de Charlotte para o futuro e DJ White é um jovem para avaliar (nunca jogou muito em Oklahoma). O objectivo parece ser libertar espaço salarial, começar a recrutar jovens e perseguir free agents.


E já lá vão dois terços das trocas. Amanhã, a terceira e última parte da análise das transferências dos últimos dias.